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Sociedade pobre e injusta
Carroça agressiva, miseravelmente rica
Os Bois que te arrastam possuem polegares
Arre!... Açoites impostos, não pensados e pesados


Plebe maldita, dita como gentes
Malquista por aqueles que dizem cuidar de ti
Quando chegará a tua hora?
Em que o sol que te queima a face labuta,
testemunhará a justiça te alcançar...


Quando os teus céus anis deixarão de ser a lona que encobre esses sorrisos vis?


Sangra sangue inocente!
Como a vermelhidão que sai da menina-mulher preparando-a para a cria
Jorra do ventre da pátria, o sangue do Zé, o sonho do povo...
Que teima em não germinar

E não gera...
Não nasce...
Não grita...
Não chora...


Que povo é esse que come seu Povo?
Devora-lhe as entranhas
Suga-lhe a vida de sol a sol
Que gente é essa que oprime sua Imagem?
Negando sua madre
E vampirescamente dorme em esplendidos berços


Esses terão a sua hora, pois o devorador há de lhes alcançar
Esse devorador natural que nos consome a vida
Que de cada dia a mais, um dia a menos se faz
O tempo...
Que ao mesmo tempo pode eternizar ou matar!


A esperança não irá morrer
E com ela nossos antepassados viverão
Eu eternizarei
Tu eternizarás Zé
Mas eles certamente passarão


Porém hoje mais um Sol se põe
Dando lugar ao Outro amanhã nascerá
E com ele o Zé parte firme a dormir e a esperar
O dia em que esse relógio
O seu relógio
O nosso relógio vai despertar
E lá vai ele, sorrindo...chorando...esperando ... Parte firme Zé!
firme-parte, firme-parte, firme-parte, firme-parte.......

Anderson Rodrigues

Sobre mim;

É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. (Clarice L)

Em Suma: "Sou Exatamente Aquilo Que Deus Diz Que Sou, Nada mais Nada menos." Pois Sei Quem Sou em Deus...e isso Basta!!